Acumulação primitiva de conhecimento e o patriarcado capitalista: Para uma Crítica Feminista da Economia Política da Comunicação

Primitive Accumulation of Knowledge and the Capitalist Patriarchy: Towards a Feminist Critique of Political Economy of Communication

Resumen

Marx (2017) dedica o penúltimo capítulo do livro I d’O Capital ao tema da “assim chamada ‘acumulação primitiva’”. A partir disso, César Bolaño (2000), sob a abordagem da Economia Política da Comunicação (EPC), formula o conceito de “acumulação primitiva de conhecimento”. Silvia Federici (2017; 2021), por sua vez, parte da avaliação sobre o termo de Marx para desenvolver seu argumento sobre a “privatização dos corpos das mulheres” e do patriarcado capitalista.
É com base nos estudos dos autores citados que o artigo expõe como o desenvolvimento das forças produtivas, desencadeado pela acumulação primitiva do conhecimento, visando colocar os trabalhadores a serviço da produção de mais-valia relativa - conforme Bolaño (2000) - impôs às mulheres - conforme a avaliação de Federici (2017) - uma condição de subalternidade, no encarceramento do trabalho doméstico não-remunerado. Adotamos uma abordagem que promove o diálogo entre Bolaño e
Federici para concluir que o desenvolvimento das forças produtivas aparece como um instrumento de opressão de gênero. Uma visada dialética e negativa pode mostrar outras possibilidades emancipatórias subjacentes a este processo, como propomos ao fim do artigo.